domingo, 13 de março de 2011

Grito do ipiranga à moda do Zé Povinho


Olá amigos, 

Hoje, milhares de pessoas saíram à rua num protesto organizado por jovens, mas que reuniu várias gerações de portugueses. Este foi pelo menos para mim, um grito desesperado de ajuda. Um grito que pede por oportunidade de trabalharmos na nossa área, no nosso País. 
Um grito de revolta conta o oportunismo dos estágios não remunerados, contra a injustiça dos recibos verdes. Contra empregadores que se aproveitam vergonhamente da crise económica que vivemos, fazendo contratações sucessivas de estagiários que se substituem uns aos outros como cartuchos de uma arma, sempre pronta a disparar mas que precisa de balas para o fazer! 
Porém a culpa não é só dos empregadores...afinal se estes tem mão de obra de gratuitamente, porque vão pagar por ela?! A culpa aqui é também partilhada por um sistema governamental e legislativo que permitia estes abusos. 
Foi preciso todo este movimento, para uma lei que a muito já se falava, sair da gaveta! É verdade que os estágios vão diminuir drasticamente, mas pelo menos os que conseguirem estagiar serão remunerados pelo serviço que prestam! 
Todavia esta lei é um tampão. Resolve o problema dos estágios não remunerados mas não resolve o problema dos empregadores contratar sucessivamente estagiários em vez de trabalhadores efectivos. Este ciclo vicioso, tenho para mim que vai continuar...
A precariedade que se criou na nossa sociedade é uma bola de neve que vai continuar a rolar estrada fora até nos congelar a todos. 
Não tenho a solução de como parar esta bola, mas tenho uma sugestão muito maluca: Vamos criar a partir da união de gerações que vimos ser patente nesta manifestação um sentido colectivo! Vamos lutar todos de lado a lado por uma sociedade melhor. Mais justa. Mais equitativa. Menos corrupta. Menos egoísta. 
Eu sei o quanto utópico e surrealista isto soa, mas porque não tornar isto realidade???? É assim tão difícil olharmos para o lado e estendermos a mão para uma pessoa que precisa?? É assim tão difícil abandonarmos o individualismo que o capitalismo originou e retornarmos a um colectivismo social onde todos precisavam uns dos outros, onde todos trabalhavam em prol uns dos outros. (Atenção que apesar do que acabei de escrever, estou longe de defender o comunismo.)
Espero que este dia fique marcado pela luta contra a precariedade, mas principalmente pela coragem dos portugueses, que apesar das dificuldades, continuam a se atrever a sonhar! 
Porque foi isso que levou milhares a se manifestar. A esperança de um futuro melhor. A perseverança de tornar uma utopia realidade. 
É possível darmos a volta a esta crise. Acredito mesmo que seja possível abanar as estruturas deste País e torna-lo melhor. Mas só vejo uma forma de o conseguirmos: Solidariamente unirmos-nos e trabalharmos para  alcançarmos este objectivo comum. 

Até breve**