sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Joshua Bell e a demência dos sentidos.


Olá amigos,

Quando li esta noticia apeteceu-me esbofetear-me. Não sei qual teria sido a minha reacção. Possivelmente teria pensado "mais um desgraçado a tentar ganhar uns trocos".
Talvez o facto do instrumento em questão ser um violino me tivesse feito parar por uns segundos para apreciar. Mas duvido me me atrasasse à conta disso.
O que aconteceu foi o seguinte, o Diário de Washington convidou o violinista Joshua Bell para tocar numa das linhas mais movimentadas do metro da capital americana.
Foi-lhe pedido que tocasse as peças que tocara dias antes no Teatro de Boston, onde foi cobrado 100 euros por um bilhete num lugar de visibilidade razoável...
O Melhor de Bach que esgotou o Boston Symphony Hall foi exibido durante uma hora, com um violino Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares.
Porém, nem a qualidade do músico nem o instrumento utilizado despertaram o interesse dos mais de 2 mil de viajantes do metro que por ele passaram. Aproximadamente 6 pararam. E apenas 20 pessoas depositaram alguns trocos no estojo do violino.
Durante essa hora foram exibidas peças de Bach,Schubert e Manuel Ponce.
A ideia do Jornal era descobrir se a beleza da música e o talento seriam capazes de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado. Não foi.
Poucos pararam para ouvi-lo. As moedinhas atiradas para a caixa do violino totalizaram 30 e pouco dólares. E somente uma pessoa reconheceu o instrumentista. 
Dias depois deste mini espectáculo, o músico foi premiado com o mais importante prémio da música clássica, o Avery Fisher.
Foi concluído com esta experiência que a "beleza está nos olhos de quem vê"
Quanto a mim, esta noticia faz-me lembrar a famosa frase de Antoine de Saint-Exupéry " Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos". (Pelos vistos, aos ouvidos também)

Aqui deixo-vos o video:

Até breve**