domingo, 12 de fevereiro de 2012

Novo Acordo Ortográfico



Olá amigos,

Há já algum tempo que andava para escrever sobre este tema! É que de todas as medidas que o anterior Governo tomou, esta foi muito possivelmente a mais patriótica de todas!
Tão patriótica que, instituições como o Centro Cultural de Belém, Faculdade de Letras, Casa da Musica e Fundação Serralves recusaram-se a aplicar esta nova forma de escrever o Português... Incompreensível!!!! Onde é que já se viu uma coisa destas?!?! Que legitimidade tem o Presidente do Centro Cultural de Belém ("uma das personalidades mais marcantes da cultura portuguesa..."), as restantes instituições e inúmeras personalidades das letras para contrariar as mentes iluminadas que estão por trás deste Acordo? 
Génios incompreendidos é o que são estes senhores, que só pensaram em simplificar a vida de todos os falantes deste tão nobre língua! (atenção... nesta parte...exclui-se Moçambique e Angola que recusaram a ratificação desta "unificação linguística"...)
É escandaloso minha gente! O Excelentíssimo Senhor António José Seguro tem toda a razão! Suspender o Acordo Ortográfico é uma "desautorização" do Primeiro-Ministro! O homem sabe o que diz! Ou não fosse licenciado em Relações Internacionais! Bbuuuuuuu!!!!!!! Desordeiros! Cambada de desobedientes! 
Pronto, vamos lá falar a sério porque o tema assim o exige. Tentarei controlar a azia e moderar a ironia, porém isto irrita-me de tal forma que não prometo ser capaz!
Caso ainda não tenha dado para perceber, sou CONTRA, totalmente CONTRA esta parvoíce de passar a escrever (por decreto) mal Português. 
 "Aqui deixo expresso que não adoptarei de forma voluntária este novo acordo ortográfico. Se, compulsivamente, for obrigado a adoptá-lo, fá-lo-ei sob protesto" 
E os meus motivos são os seguintes: esta foi uma decisão meramente política e económica, sem nenhum fundamento cultural ou temporal. 
Acontece que a língua não se muda por decreto. A alteração linguística é inevitável, mas esta decorre de uma evolução cultural. De uma alteração de usos e costumes que é influenciada pelo decorrer do tempo. 
O "Jornal de Angola" justifica a recusa a aceitação do Acordo da seguinte forma: "Não queremos destruir essa preciosidade (a língua portuguesa) que herdamos inteira e sem mácula... Se queremos que o Português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes de mais, respeitar a sua matriz e não colocá-la a reboque do difícil comércio das letras. Há coisas na vida que não podem ser submetidas a negócios" 
Que pena que somos nós próprios a pôr à venda a nossa língua. Será que a identidade portuguesa vale assim tão pouco? 
É triste ver a que ponto a cegueira económica nos conduz. Mercantilizar e vulgarizar assim a língua de Camões, um dos símbolos mais fortes do nosso País. E que caracteriza a identidade do nosso povo, ser assim tão levianamente tratado havia de ser crime!!!! 
Para terminar tenho o seguinte recado para estes "assassinos nacionais": eu não estou à venda. Nem a minha identidade. Nem a minha Língua. Sou portuguesa e tenho orgulho em sê-lo. E como tal, sempre escrevi, escrevo e escreverei Português de Portugal. 

Até breve**