Tenho andado para escrever sobre um temazito que já há imenso tempo tem contribuído para aumentar a minha azia.
Depois daquela campanha publicitaria da Fnac "Cultura Renova-se", que incentivava a troca de um clássico literário por um género mais (mas bem mais) light, campanha essa que considero ter sido insultuosa e desprestigiante para a cultura em geral e para a literatura portuguesa em particular, foi o meu ponto de ruptura com aquela distribuidora de livros.
Arranjei até um slogan melhor para mim: Troque a Fnac por um Alfarrabista! Ou troque a Fnac pela Bertrand (ou por qualquer outra editora nacional...).
Apesar de se ter retratado pondo termo à dita campanha publicitária (depois de inúmeras queixas de clientes insatisfeitos) veio a esclarecer, e passo a citar: " A ideia desta campanha assenta num aproveitamento das semelhanças fonéticas dos títulos das várias obras emblemáticas, com um tom humorístico mas sem qualquer intenção de juízo de valor e sem nunca pretender desvalorizar as obras citadas."
Pois o "Troque os Maias pela Meyer" não tem nada mas nada mesmo de humorístico para mim! E parece-me evidente o desrespeito desta distribuidora não só pelos livros, mas essencialmente pelos escritores... (Já foram lançadas à fogueira criaturas por muito menos).
Mas atenção, eu não tenho nada conta a Meyer ou qualquer outro escritor! Nem contra estilos que considero ser mais "leves" que os clássicos. E muito menos contra quem os lê! Acho óptimo! Tem de haver livros para todos os géneros e gostos, o importante é cultivar a sementinha da leitura em cada um de nós.
Mas tratar desta forma os clássicos que são a base da nossa cultura literária (quer os aprecie ou não, isto é indiscutível) é algo que nunca vou aceitar!
Que façam promoções, que editem estes Grandes Livros em edições de bolso baratinhas (tendo em conta os preços que vejo praticados com outros géneros...) só tenho a agradecer! À conta disso tenho a minha estante recheada de clássicos, que a maioria não passou dos 10 euros!! Tendo inclusive comprado alguns por muito menos que isso! Mas não os maltratem desta forma vil e mesquinha puramente capitalista.
Termino este post com uma frase de Thoreau que faz cada vez mais sentido para mim: "Muita coisa é impressa mas pouca deixa impressão" Walden ou a Vida nos Bosques.
Até breve**