sábado, 10 de agosto de 2013

E assim, o País ficou mais pobre


Hoje de manhã ao ouvir na radio que o escritor Urbano Tavares Rodrigues tinha morrido ontem, senti que tinha ficado mais pobre. Perdeu-se um Ser Humano notável, um homem com uma personalidade que hoje em dia começa a ficar seriamente em extinção. E como não podia deixar de referir um escritor que não teve em vida o reconhecimento que merecia ter tido, mas que era e será sempre um dos melhores escritores desta mui nobre língua de Fernando Pessoa!
Felizmente, mesmo sem o tal reconhecimento que talvez agora chegue, Urbano Rodrigues deixa-nos uma obra vastíssima pela qual estou imensamente grata!
A par com Inês Pedrosa e José Saramago, este senhor completa o meu top 3 de escritores portugueses(isto dentro dos mais contemporâneos) de eleição. Existe o bom e existe o sublime e a escrita de Urbano é sem margem para dúvidas, inigualável e de uma mestria realmente sublime.

Termino este post com o prefácio do seu último livro, que ainda nem foi publicado e que se intitula Nenhuma Vida. Urbano Tavares Rodrigues despede-se assim de todos nós:

"Daqui me vou despedindo, pouco a pouco, lutando com a minha angústia e vencendo-a, dizendo um maravilhado adeus à água fresca do mar e dos rios onde nadei, ao perfume das flores e das crianças, e à beleza das mulheres. Um cravo vermelho e a bandeira do meu Partido hão-de acompanhar-me e tudo será luz".

Até breve**