"Amar não é o salve-se quem puder; amar é o salvo-te para poder. Salvamo-nos sempre que há lágrimas para chorar. Não condescendemos, não aceitamos com resignação. Mas salvamo-nos. Se te dói eu vou, acolho parte do que te dói, partilho parte do que não me dói. E é assim que nos equilibramos. Tu com metade do que não me dói e eu com metade do que te dói. Sofres metade do que podias sofrer e eu sofro metade do que tu podias sofrer. Nem sequer penso na equação que resolvo. Penso apenas que te estou a extrair metade da dor. E basta isso para a metade da dor que me dói ser, até ela, feliz. E depois é ao contrário. Quando me dói, tu vens e divides-me o que me quer matar. E lá vamos, os dois, ao sabor da maré mas nunca sem tentar, a toda a hora, reverter o correr das ondas."
Sempre juntas**