domingo, 12 de setembro de 2010

O Diário de Anne Frank

Olá amigos,

Esta é a minha nova dica literária para vós e que recomendo a todas as pessoas que ainda não leram!
A minha curiosidade em descortinar este diário, despoletou depois de ter estado em Amesterdão e de lá ter visitado o "anexo secreto" ou melhor, o Museu de Anne Franke. 
Hoje, depois de o terminar arrependo-me por não ter lido antes de conhecer o museu.
O motivo é simples, conheci o lugar onde Anne esteve escondida durante dois anos, com os olhos de uma turista que pouco conhecia sobre a sua história. 
Se um dia à Holanda regressar, vou querer lá voltar e redescobrir o "Anexo" guiada pelas memórias desta adolescente que as únicas coisas queria, na inocência dos seus 13 anos, era ter um amigo verdadeiro, ambicionava em ser escritora e jornalista e radicar-se na terra das tulipas! 
Uma criança a quem os sonhos e aspirações foram roubados por ter tido a má sorte de nascer judia. 
Está é a história de Anne, da sua família e de outras 4 pessoas que com ela partilharam o esconderijo, mas podia muito bem ser o relato de aproximadamente 6 milhões  de judeus que foram assassinados às mãos dos Alemães. 
A leitura deste livro suscitou-me uma multiplicidade de sentimentos controversos que foram um pouco difíceis de gerir.
É uma leitura muitíssimo acessível  a qualquer tipo público, afinal foi escrito por uma miúda...mas que apesar da sua tenra idade...escreve melhor que muitos autores que já li!!!
A minha grande resistência ficou-se a dever por ter conhecimento que não estava a ler um romance inventado pela mente fértil de um autor qualquer. Mas algo real, vivenciado e descrito minuciosamente... sendo algumas passagens verdadeiramente dolorosas de ler. 
Tenho a convicção que Anne caso tivesse sobrevivido, ter-se-ia tornado numa grande mulher.
Deixo-vos duas passagens que gostei particularmente. Uma por ser um exemplo da grandeza de espírito de Anne Frank e outra que demonstra claramente que apesar deste diário ter sido escrito no século passado, numa época que envergonha a história da Humanidade, há realidades que são imutáveis. E a capacidade destrutiva do Homem é uma delas.

" Deitada na cama, à noite, depois de terminar as minhas orações com as palavras obrigada, senhor, por tudo o que é bom, querido e belo.
...Nestes momentos não penso em toda a miséria, mas na beleza que ainda nos resta. (...) Se nos tornarmos parte do sofrimento, o que nos resta? Ficaríamos completamente perdidos. Pelo contrário, a beleza permanece mesmo na desgraça. Se a procurarmos, descobrimos mais e mais felicidade e recuperamos o equilíbrio. 
Uma pessoa feliz transmite felicidade aos outros; Uma pessoa que tem coragem e fé nunca morrerá na miséria"

" - Porquê esta guerra? Oh, porque é que as pessoas não conseguem viver juntas em paz? (...) Porque é que se gastam milhões na guerra todos os dias enquanto não há um tostão disponível para a ciência médica, os artistas ou os pobres?  Porque é que as pessoas têm de morrer à fome quando há montanhas de comida a apodrecer em outras partes do mundo? Oh, porque é que as pessoas são tão loucas?"