domingo, 17 de abril de 2011

Um dia...

Um dia vou deixar de olhar-te a medo, para olhar-te fundo nos olhos. 
Nesse dia, vou arriscar tudo e roçar levemente os meus lábio nos teus. 
Um dia vou pedir coragem aos Deuses e sussurrar-te palavras mudas cheias de sentimentos, que apenas tu as conseguirás ouvir. 
Nesse dia, vou pegar na tua mão e conduzi-la ao meu coração para que o ouças falar.
Um dia vou levar-te sem destino e perder-me contigo pelas ruas da cidade. 
Nesse dia, vou mostrar um mundo só meu, e criar um mundo só nosso.
Um dia vamos rir-nos de uma piada que só nós a entendemos.
Nesse dia, vamos deixar a imaginação voar livre, como se nada para além de nós existisse.
Um dia vou enfeitiçar-te e fazer-te dançar comigo no meio da rua, descalços apenas ao som do nosso riso. 
Nesse dia, vou fechar os olhos e deixar que me conduzas a teu belo prazer, sem pensar no abismo para onde me levas. 
Um dia vou deixar de temer as consequências e vou viver o momento.
Nesse dia, vou dizer-te tudo aquilo que os meus olhos à tanto tempo, tentam dizer-te em silêncio e depois devolvo-te as palavras, para ter o prazer de te interromper com um beijo que calará a tua voz.
Nesse dia, vou tirar-te o chão e deixar-te sem saber o que dizer.
Um dia ficamos na praia até anoitecer, enrolamos-nos  na areia, nas onda do mar ao sabor do vento, do sal e do nosso suor. 
Nesse dia, descobriremos o silêncio dos amantes. Um silêncio cúmplice, sem constrangimento. Um silêncio de dois seres que já não precisam de falar para estar juntos, que já não precisam de se tocar para se sentirem um só, até ao fim da vida.
Um dia peço-te que me abraces e não me soltes mais.
Nesse dia, as nossas chaves entrarão na mesma fechadura. 
Um dia o Mundo não será suficiente para nós.
Talvez nesse dia, eu deixe de dizer...Um dia...