Suspiro procurando bosques solitários que encho de lamentos e constato que antes de ti, todas as minhas afeições eram efémeras.
O que penso poucos sabem, e ninguém o pode ver.
Penso e não me queixo. Em segredo sei sofrer.
Guardo a sete chaves este amor que corroí e sufoca, mas que preciso dele para sobreviver.
Dou por mim chorando, em desespero resignado de quem já nada espera.
Procuro ocultar as lágrimas que espelham o que tenho negado admitir.
Neste meu órgão pulsante já não há fogo para alimentar qualquer esperança.
Olho para o futuro, e vejo-o cerrado.
Sem um único raio de luz que me fite os olhos, para ultrapassar com mais ânimo as trevas do presente.
É neste momento que vejo que a ilusão do teu amor era o laço mais doce e forte que me prendia a este mundo.
Quantas vezes me deixei iludir por ele?
Consolava-me entrando por essa porta que se abria para um mundo imaginário, onde me refugiava da tua indiferença.
Continuo ainda olhando-te com olhar demorado e percutor que por breves instantes aquece-me o coração. Nem te das conta. O meu olhar nada te diz.
Ver-te agora, é uma rara entreaberta de felicidade em meus dias que me envenena o espírito. E que apesar da felicidade que sinto, muito mais mal me causa.
Preciso de acabar com esta tortura que tu inconscientemente me tens infligido.
Resta-me apenas dizer-te Adeus. E matar-te no meu coração.
Já é tempo de por termo a esta doentia ilusão.