quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Conde de Monte Cristo


Olá amigos,

o mês de Maio já está na recta final, ainda assim, O Conde de Monte Cristo é a minha sugestão literária para este mês. Foi pelo menos a minha! E tenho a dizer-vos que esta obra de Alexandre Dumas é um desafio literário. Não que possua uma escrita complexa ou excessivamente descritiva, características estas que dificultam a leitura, mas porque este é um clássico de peso...literalmente! A edição que tenho é esta do Publico, que é dividida por dois volumes e que conjuntamente são 1.529 páginas. Mesmo para um leitor dedicado, isto é muita página!!!
Ainda assim, adorei lê-lo. Não tem tanta acção como Os Três Mosqueteiros, mas as personagens são bem mais trabalhadas, mais completas, assim como o enredo que é extremamente denso e complexo. É um deleite ver como Dumas vai desconstruindo todos os pequenos mistérios que vão surgindo ao longo do livro. 
O grande tema desta obra é a vingança da personagem principal contra aqueles que lhe retiraram, a liberdade, o amor da mulher que amava, o afecto do pai e a esperança de uma vida tranquila e feliz. 
Dumas criou com a personagem do Conde uma das personalidades mais fascinantes com que me deparei em literatura. Sem sujar directamente as mãos, Monte Cristo leva a que todos os seus inimigos se "enforquem" sozinhos nas suas próprias trapalhadas. 
Acho que a expressão "a vingança é um prato que se serve frio" é perfeita para definir este livro. Sem descer ao nível dos "malvados" apenas com o uso da inteligência, engenho e paciência Monte Cristo consegue atingir o objectivo a que se propõe. 
Questão interessante levantada por Dumas nesta obra, reside justamente nisto, quais os limites da vingança? Mesmo quando justificada, até onde devemos ir para nos vingar de alguém? Dá que pensar isto. Vivi num misto de êxtase pelos castigos infligidos por Monte Cristo aos seus inimigos, mas foi impossível não sentir alguma simpatia, essencialmente pena pelos mesmos. 
Um livro duro, bastante cru, onde as emoções são esmiuçadas até ao extremo. Ainda assim termina com uma frase de esperança que ilumina toda a obscuridade da obra.

Isto é Alexandre Dumas no seu melhor!
Espero que gostem!

Até breve**