terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eu e as greves...

Estava já a começar a estranhar.... um mês sem greve dos senhores da STCP?! Será que estamos perto do juízo final? Afinal não! Só para me deixarem descansadinha da vida e garantirem que o encontro com o divino ainda não é hoje, decidiram fazer gazeta greve. Digam lá se eles não são uns fofos? 
Entenda-se, não tenho nada contra este Direito. Acho-o até um dos que deve ser mais protegido pela nossa Constituição. O Direito à greve, à indignação livre é um dos grandes pilares da democracia e de um estado de direito. 
Coisa diferente é utilizar este mecanismo como se fosse a coisinha mais banal do mundo. É que a questão não está só no facto de atrapalhar a vida de muita gente que precisa de ir trabalhar, mas quanto à ressonância destas paralisações.
Antes uma greve colocava o País em suspense, as pessoas deslocavam-se aos locais de trabalho, embora sem trabalhar, ficavam a reivindicar por aquilo que acreditam ser justo e  devido por direito. Agora o que se vê é uma minoria de gatos pingados a fazer isto. O resto do povo que tão convictamente enche a boca a favor da greve, depois aproveitar a ocasião para ter um dia de descanso, no quentinho do lar com uma caneca de café a barafustar contra a televisão. 
Se me esforçar até consigo compreender... está um frio dos diabos para andar na rua... e se forem funcionários da função publica, ainda consigo ser mais solidária. Afinal mais uma hora de trabalho, é um canseira tremenda... e uma pessoa demora a habituar-se as estas modernices!
Ainda assim, pese embora compreenda o que leva os portugueses a fazer sorna greve em dia de paralisação de determinado sector, já me surpreendo se passo muito tempo sem uma. Chego a sentir uma certa ansiedade até... 
A questão é esta, acho o Direito à greve uma garantia constitucional admirável e que de facto a todos enquanto cidadãos livres assiste utilizá-lo. O que me incomoda, além de me dificultar imensamente o dia, é ver desvirtuar-se um Direito Fundamental tão importante e que custou tanto a adquirir. 
Ocorre-me sempre um pensamento quando anunciam uma nova greve: "Enquanto os cães ladram... a caravana passa...". E isto só acontece porque a frequência com que se tem abusado usado este direito, transformou-o num acontecimento tão banal que dá sono. Retirou-lhe a força e o impacto. Hoje em dia uma greve preocupa tanto um governo quanto um pincher a rosnar raivoso.

Até breve**