quarta-feira, 4 de junho de 2014

Vício de ti


Meu desejo não tem nome,
Pinta-se em olhares que nunca me olharam e em mil sorrisos que ainda desconheço.
Meu desejo crepita em lareira em brasa,
E reflecte os contorcionismos de dois corpos que se amam ao ritmo alucinante de dois animais esfomeados.
Meu desejo é conhecer-te até ao tutano dos teus ossos,
E não encontro melhor lugar para isso do que no meu corpo.
Meu desejo é preencher todos os teus espaços,
Nele me perdendo e fazendo-te perder.
Meu desejo é feito de beijo que dei e não dei, em corpos que amei e deixei de amar,
Nas palavras que não te vou dizer em suspiros de substituição.
Meu desejo é misturar-me na luz do teu corpo, saborear as gotas do teu suor,
E incendiar-te a ponto de combustão...
Meu desejo é precorrer os lugares de prazer
E beijar-te nas esquinas da imaginação.
Meu desejo não reconhece fronteiras, não cede às tuas barreiras,
É livre como um demónio incontrolável que ninguém tem mão.
Meu desejo anseia impaciente que te tornes realidade,
E juntos materializarmos esta doentia tentação.
Meu desejo é feito de olhares fugidios que finalmente me olharam,
E de sorrisos perdidos que finalmente se encontraram.
E no final, o meu desejo é apenas isto,
Levar-te à perdição
Numa loucura desvairada de sedução,
Num êxtase desnorteado de incompreensão.