sexta-feira, 18 de julho de 2014

Todas as cartas de amor são ridículas, excepto... as que escrevo para ti I


Preciso descobrir que feitiço me lançaste. 
Como é possível que o simples facto de voltar a ver-te tenha este efeito em mim? É que nem preciso estar no mesmo espaço físico que tu. Basta-me sentir a tua presença, saber-te perto e todas as muralhas que construí à minha volta desde que partiste, desmoronam como se fossem simples grãos de areia. 
Ajuda-me! Porque sozinha não consigo encontrar uma explicação lógica para depois destes longos meses separados, o simples roçar dos teus lábios no meu rosto continue a fazer-me esquecer que existe mundo para além de nós.
Responde-me por favor, como é que o teu sorriso mais banal consegue ainda endoidecer o meu coração a ponto de este bater tão violentamente que receio até que se consiga fazer ouvir?
E porquê que é apenas nos teus braços que me sinto novamente "eu"? Abraçar-te é como voltar a casa depois de uma longa e exaustiva viagem.
Oh que saudades tinha desta sensação de pertença... 
Tento em vão descobrir quando é que te dei este poder sobre mim, que me torna completamente, estupidamente aparvalhada!
Pertença?! que ridículo! Eu que sempre aspirei a liberdade dou-me conta ao reencontrar-te, que te pertenço. É tão simples quanto isto. Pertenço-te. E o pior, é que não sinto o menor embaraço em admitir isto! (Se te ris do que acabei de escrever, bato-te. Juro-te que sim!)
Na verdade, e sendo justa, pertencê-mo-nos. Podia ter-nos dado para muito pior, não te parece querido?
Durante estes meses tudo o que fiz foi tentar que desaparecesses. Sabes quanto difícil é recomeçar sem ti? E esquecer o que o toque das tuas mãos provoca em cada bocadinho meu?
Viver sem ti não é viver. É sobreviver. E isso é o que tenho feito, desde aquele abraço de despedida no aeroporto que te levou para longe de mim. Sobreviver. Sem ti, não vivo, sobrevivo.

(...)