sexta-feira, 31 de maio de 2013

Citações Inesquecíveis I



"Não há felicidade nem infelicidade no mundo; há apenas a comparação de um estado com com o outro, nada mais. Aquele que sentiu a dor mais profunda é quem melhor pode apreciar a suprema felicidade. 
É preciso termos sentido o que é morrer... para podermos apreciar os prazeres da vida. 
...nunca se esqueçam que até ao dia em que Deus se dignar a relevar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana se resume nestas palavras: Aguardar e ter esperança."

Alexandre Dumas, em O Conde de Monte Cristo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O Conde de Monte Cristo


Olá amigos,

o mês de Maio já está na recta final, ainda assim, O Conde de Monte Cristo é a minha sugestão literária para este mês. Foi pelo menos a minha! E tenho a dizer-vos que esta obra de Alexandre Dumas é um desafio literário. Não que possua uma escrita complexa ou excessivamente descritiva, características estas que dificultam a leitura, mas porque este é um clássico de peso...literalmente! A edição que tenho é esta do Publico, que é dividida por dois volumes e que conjuntamente são 1.529 páginas. Mesmo para um leitor dedicado, isto é muita página!!!
Ainda assim, adorei lê-lo. Não tem tanta acção como Os Três Mosqueteiros, mas as personagens são bem mais trabalhadas, mais completas, assim como o enredo que é extremamente denso e complexo. É um deleite ver como Dumas vai desconstruindo todos os pequenos mistérios que vão surgindo ao longo do livro. 
O grande tema desta obra é a vingança da personagem principal contra aqueles que lhe retiraram, a liberdade, o amor da mulher que amava, o afecto do pai e a esperança de uma vida tranquila e feliz. 
Dumas criou com a personagem do Conde uma das personalidades mais fascinantes com que me deparei em literatura. Sem sujar directamente as mãos, Monte Cristo leva a que todos os seus inimigos se "enforquem" sozinhos nas suas próprias trapalhadas. 
Acho que a expressão "a vingança é um prato que se serve frio" é perfeita para definir este livro. Sem descer ao nível dos "malvados" apenas com o uso da inteligência, engenho e paciência Monte Cristo consegue atingir o objectivo a que se propõe. 
Questão interessante levantada por Dumas nesta obra, reside justamente nisto, quais os limites da vingança? Mesmo quando justificada, até onde devemos ir para nos vingar de alguém? Dá que pensar isto. Vivi num misto de êxtase pelos castigos infligidos por Monte Cristo aos seus inimigos, mas foi impossível não sentir alguma simpatia, essencialmente pena pelos mesmos. 
Um livro duro, bastante cru, onde as emoções são esmiuçadas até ao extremo. Ainda assim termina com uma frase de esperança que ilumina toda a obscuridade da obra.

Isto é Alexandre Dumas no seu melhor!
Espero que gostem!

Até breve**


terça-feira, 28 de maio de 2013

Coffee Cool Tour - Nata Lisboa


Olá amigos,

estou de volta com a crónica Coffee Cool Tour e hoje apresento-vos com imenso agrado o Nata Lisboa que aterrou bem no centro da baixa do Porto. Situado na Rua Santa Catarina, uma das mais movimentadas e conhecidas do comércio da Invicta.
Chegou, confortavelmente instalou-se e de coração espero que a estadia seja prolongada. A minha gula sem dúvida nenhuma agradece! 
Este é o 4º espaço desta marca, mas este é o primeiro fora da zona de Lisboa de onde estes pastéis são provenientes, sendo que apenas a cozedura é feita no Porto e nem os donos deste espaço conhecem a receita.
A decoração é simples, quase minimalista, onde predominam três cores, o branco, o preto e o amarelo. O local é pequenito tem apenas 4 mesas no interior mas possui uma esplanada onde os clientes podem desfrutar deste segredo dos Deuses enquanto vislumbram o frenesim citadino. 
Se pretendem sentar-se sugiro que enquanto esperam uma vaga vão pedindo uma nata. Essencialmente por dois motivos, depois de marcharem esta maravilha o vosso estômago vai ficar tão bem disposto que qualquer espera é um mero detalhe demasiado insignificante para se dar conta. E porque posso garantir-vos que se conseguirem comer só uma podem considerem-se super heróis! 
Esse é o maior desafio no Nata Lisboa... é que elas estão constantemente a sair, quentinhas, super cremosas e estaladiças. Conseguem imaginar o cheirinho que é dentro deste antro de perdição?! Tentem resistir a isto e logo falamos! 
Cada pastel custa 1euro, mas alegria minha gente também os podem levar numas caixinhas de 6 super fofi para casa, caso queiram oferecer ao marido, ao filho, ao gato ou ao canário ou mesmo entupirem-se com todos eles sem dizer nada a ninguém... Acreditem a minha compreensão e solidariedade está com vocês!
Adoramos tudo! O espaço, a decoração, o atendimento e claro a nata que é a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e divinal. 
Por tudo o que já foi dito, é mais do que evidente que eu e a C. ficamos rendidas ao Nata Lisboa, razão pela qual, da nossa parte leva nota 10. 

Deixo-vos algumas fotos deste espaço: 






Acho que já chega para terem uma ideia do que vos espera!

Até breve**

terça-feira, 21 de maio de 2013

Das noticias que deixam-me à beira de um ataque de nervos

Isto foi a minha reacção quando descobri que a Feira do Livro este ano não se iria realizar no Porto por faltas de verbas: Numa palavra, choque!


Isto foi a minha reacção quando vejo a Inês Pedrosa publicar na página oficial dela no facebook que durante 3 dias, vai estar na feira do Livro de Lisboa, na Praça Leya / Dom Quixote para quem quiser um livrinho autografado: 



Acho que para esta imagem não é necessita de descrição...

Oh vida injusta!!!!

sábado, 18 de maio de 2013

Das noticias que me deixam orgulhosa de ser Portuguêsa


Olá amigos,

Portugal tornou-se hoje o quinto país a aprovar (na generalidade) a proposta de co-adopção de crianças, por casais homossexuais. Verdade que ainda não dá para soltar foguetes, pois para isto ser uma realidade é ainda necessário uma votação final global (após a discussão da especialidade), e a promulgação do diploma por parte do Presidente da República... Ainda assim, é uma excelente notícia.
Fiquei extasiada por se estar a dar um passo em frente para atribuir direitos a uma minoria que é ainda muito descriminada pela nossa sociedade e consequentemente pelo Direito que nos regula, coisa que confesso causa-me imensa espécie! Parece que em determinados aspectos legais, ainda existe cidadãos de primeira e de segunda... e isso é uma realidade incompreensível para mim.
Porém confesso que tinha algumas reservas em relação a este assunto. Não que ache que um casal homossexual não seja capaz de dar a uma criança todo o amor, estabilidade, transmissão de bons valores precisamente igual ou melhor que muitos casais heterossexuais, mas por certo receio que esta adopção por casais do mesmo sexo numa sociedade como a nossa, ainda extremamente homofóbica, fosse ser um fardo demasiado pesado para aquele pequeno ser. 
Ficava a imaginar como seria na escola, com os "coleguinhas". Tenho a certeza que vocês lembram-se o quanto as crianças podem ser cruéis e implacáveis. O bullying é uma palavra recente mas o comportamento abusivo é algo que passa de geração em geração e que todos, mais ou menos fomos sujeitos a isso quer passiva quer activamente.
Mas depois de ter discutido este assunto com a C. que é totalmente a favor e que combateu o meu argumento com a força do amor dado àquela criança tudo é contornável. Vim para casa a reflectir sobre isto e tive daquelas epifanias que fez-me constatar uma realidade tão evidente mas que ainda não tinha feito o paralelismo.
A realidade destas crianças que indiscutivelmente vão ser marcadas por serem filhos de casais homossexuais com todas as consequências inerentes a isso (pelo menos até isto se tornar banal), não é diferente da realidade que eu vivi quando era garota! Os meus pais não era homossexuais, mas eu fui uma criança marcada por ser diferente. Era bem mais pequena do que todas as outras, com uma aparência bastante frágil e tornei-me um alvo fácil à maldade infantil.
Tenho a dizer-vos que foram anos extremamente difíceis emocionalmente. Para mim que sofria os abusos directamente mas também para a minha família que inconscientemente usava como escape da minha frustração. Mas o facto de ter uma família fantástica, estável, sempre disponível para mim, onde o amor e dedicação nunca por um instante só faltaram, foram mecanismos fundamentais para ultrapassar esta fase com êxito.
O amor deles era o meu porto seguro e apesar de pequenita eles não deixaram de me instigar a ser mais e melhor. De exigir sempre o máximo de mim, nunca duvidando das minhas capacidades, mesmo se eu própria o fazia! 
Seria cínica se vos dissesse que este período da minha vida não deixou marcas, afinal ninguém vai para a guerra e sai de lá sem cicatrizes, mas deu-me ferramentas fulcrais para enfrentar a vida. Ganhei calo desde cedo. Perseverança e resiliência foram qualidades que adquiri em doses extra por necessidade de "sobrevivência". Aprendi a ser cautelosa, inteligentemente reservada e a saber defender-me sozinha.
Hoje, tenho a certeza que esta má experiência fez de mim, modesta a parte, mas um mulherão preparado para enfrentar qualquer dificuldade que me apareça à frente.
Sim, tive uma infância e adolescência complicadas por ser diferente. Mas e daí? não morri por isso. Só me tornou mais forte! A C. tem toda a razão, quando refutava o meu argumento com o poder do amor. Foi a grandiosidade deste sentimento que sempre existiu em grande quantidade à minha volta o que mais me ajudou. Ele não fez os problemas desaparecer, mas foi fundamental para conseguir ultrapassá-los!
Falo da minha experiência, como podia falar da de qualquer outro miúdo que por alguma motivo é um pouco mais diferente do que a generalidade.
Por isso eu tenho a certeza que se estes casais homossexuais foram bons pais, souberem transmitir todo o apoio e esclarecimento que o garotito vai precisar para compreender e aceitar a realidade dele, mas essencialmente se entre estes existir amor incondicional que só existe entre pais e filhos, tudo é contornável e tudo se ultrapassa!

Por isso viva à co-adopção e viva a uma sociedade mais justa e igualitária!  

Até breve**

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Porque há dias que valem mesmo a pena


Olá amigos!!!

Se há um dia que eu aguardo com ansiedade e expectativa tal igual a uma criança de 5 anos, perante um grande acontecimento, é o dia 14 de Maio! O motivo é simples, esse é o dia do meu aniversário! E para mim, não há data que goste mais de festejar que essa. 
Se para muitos é apenas mais um dia, para mim, significa a oportunidade de celebrar mais um ano de existência, e a ocasião perfeita para agradecer imensamente à vida a segunda oportunidade que ela me ofereceu. Só quem já esteve perante uma situação tão intensa quanto a possibilidade real do fim, é que entende efectivamente o que quero dizer. 
Acreditem no que vos digo, às vezes é preciso aprender a morrer, para aprender a viver! É por isso que este dia é tão especial para mim. Pode parecer-vos algo mórbido, porém ter sido obrigada em tão tenra idade a olhar a morte nos olhos, sim foi aterrador, mas hoje considero que foi a melhor lição que a vida podia ter-me dado. Tudo mudou a partir daí. E se querem mesmo que vos diga, considero-me uma abençoada por ter tido a oportunidade de viver esta experiência.
Tal como tinha prometido a mim própria à 14 anos atrás, este dia foi vivido intensamente. E foi perfeito de tão especial! As surpresas sucederam-se de manhã à noite, e tenho de confessar, eu nem gosto muito de surpresa, mas estas foram tão maravilhosas que compensaram a minha pouca simpatia em ser surpreendida!
Fui mimada ao extremo! Mesmo os que estavam fisicamente longe, arranjaram forma de se fazerem presentes como nunca tinha acontecido. E aquele grupinho maravilhoso que se deslocou à invicta só para festejar este dia comigo, tornou este momento inesquecível!
Senti-me envolta numa redoma de tanto amor que no final do dia de ontem, em género de balanço pessoal,  tive a sensação que tamanha demonstração de carinho por mim, só se justificava por estar a fazer algo de muito certo na vida. E senti-me orgulhosa de mim, mas principalmente pelas pessoas que escolhi para ter perto. É facil dizer-se amigo, o que dá trabalho é demonstrar!!!! 

Termino este post com seguinte frase: Palavras leva-as o vento, gestos permanecem quando as palavras se esquecem!

Obrigada a todos!!!

Sandrinha***

sábado, 4 de maio de 2013

Luto Académico


Olá amigos,

esta que é para muitos estudantes a semana mais aguardada do ano, fica marcada por um incidente absurdo e incompreensível, que foi a morte deste jovem finalista de 24 anos. A queima do Porto de 2013 traja de negro, mas este ano, o negro usual das capas representa mais do que uma tradição. Em cada uma delas, vai um sentimento de luto, de revolta e de solidariedade.
Para aqueles que são ou já foram estudantes, especialmente aqueles que tiveram uma real experiência académica, a queima é o auge do nosso ano. O orgulho de vestir o traje pela primeira ou pela ultima vez é uma sensação difícil de se explicar. É daqueles sentimentos que apenas se consegue sentir, tentar expressá-lo por palavras é ficar sempre aquém da emoção que se sente. 
A morte deste rapaz, que neste momento deveria estar a viver plenamente a sua última queima, enquanto finalista, entenda-se, a forma desumana e cobarde como ocorreu, o local onde aconteceu, que tantas vezes deve ter sido para este palco de loucura e diversão, são tudo circunstâncias que a nenhum ser humano "normal" deixa indiferente. Motivo pelo qual, tenho a certeza que este rapaz nunca será esquecido. 
Mas tenho ouvido e lido muitas declarações contra a decisão da Federação Académica do Porto de ter mantido o calendário da semana académica. Vejo muitas pessoas revoltadas com o facto desta morte não ter levado ao fecho do queimodromo este ano. 
Eu não concordo. Por vários motivos, mas principalmente por um, este estudante perdeu a vida enquanto trabalhava para a realização desta festa. Ninguém está a trabalhar para a queima só pelos trocos, mas pelo espírito que se vive, pela camaradagem que se cria e por ver um projecto que se adora fazer parte realizar-se. 
A FAP fez o que tinha a fazer, foi decretado o luto académico, e as homenagens de respeito e solidariedade estão a decorrer. Agora na minha perspectiva, cabe a cada um decidir como lidar com este luto. 
Lamento profundamente esta perda, a dor que a família e amigos deste rapaz está a passar é incalculável, e é para eles que envio todos os melhores sentimentos que guardo no meu coração.
Tinha planos de sair na próxima 5feira para a queima e vou mantê-los. No meu pulso levarei uma fita negra em sinal de respeito pela vida que se perdeu, e vou divertir-me por mim e pelo Marlon, a quem lhe retiram este direito. Ainda assim, eu acho que é lá, no queimodromo junto dos amigos que ele vai estar! 

Esta é a minha forma de o homenagear. 

Até breve**